Então convido-vos a fazer uma viagem pelo universo literário angolano. Eis os 5 livros angolanos que você deve ler:
1- Manana - Uanhenga Xitu
O livro Manana dá-nos um quadro exemplar da situação dos assimiladoantes do processo de consciencialização por que passou o intelectual angolano no fim dos anos 40 e no princípio da década de 50 do século XX colonial. Sobrevivência com tudo o que isso implicava de conformismo, de aceitação do estatuto de colonizado, é, nesse período, o alvo do assimilado incapaz de atender às contradições das estruturas em que se insere e dá ao seu esforço uma dimensão libertadora. O assimilado, nessa fase, pensa que as soluções são individuais, possíveis de alcançar-se à custa de tudo e de todos. A manha, a ladinice, a esperteza são as armas ilusórias desse pícaro que acaba por ser vítima da sua inserção incorrecta na realidade.
2- Mayombe - Pepetela
Escrito no período em que Pepetela participou da guerra pela libertação de Angola, Mayombe é uma narrativa que mergulha fundo na organização dos combatentes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), trazendo à tona seus questionamentos, contradições, medos e convicções. Os bravos guerrilheiros que lutam no interior da densa floresta tropical confrontam-se não somente com as tropas portuguesas, mas também com as diferenças culturais e sociais que buscam superar em direção a uma Angola unificada e livre.
3- Luuanda - José Luandino Vieira
As estórias de Luuanda dão-nos a conhecer o espaço angolano no período colonial tardio. Retratam o quotidiano dos musseques luandenses; as histórias das famílias, o ambiente caótico, de confusão que a própria arquitectura dos musseques representa. A relação entre os pretos e os brancos, novos e velhos, comportamentos e ideias, vêm marcar o início do establecimento de uma norma angolana, distinta da norma portuguesa, na escrita e representação cultural. Tudo o que é retratado reflete a imagem do dia-a-dia do povo, sendo os mais velhos vistos como os sábios e os mais novos como os que ainda estão a aprender.
4- Quem me dera ser onda - Manuel Rui
Aparentemente, uma história infantil, em que as personagens principais são duas crianças e um animal - um porco - o argumento principal centra-se exatamente nestas figuras - duas crianças e um porco. Delas nasce uma relação que era perfeitamente possível num tempo já esquecido pelos adultos desta sociedade tão alienada pelo sistema colonial - aquele tempo em que homens e animais conviviam em plena harmonia, numa relação extremamente humana. Agora, num tempo e numa sociedade em que os adultos perderam, por força de um sistema alienante, a memória desses tempos, resta às crianças (que serão o futuro daquela nação) restabelecer os laços com esse passado e reatar esse sentimento de fraternidade e harmonia entre os dois mundos: o mundo dos homens e o mundo dos animais. Daí que Quem me dera ser onda nos transporte para uma fortíssima relação dos miúdos como o porco - relação essa em que os adultos não entram. O mundo dos dois é de tal forma unido que chega mesmo a confundir-se, de tal maneira que o animal é visto por eles como mais um membro da família. E sofrem. Sofrem por não entender como é possível que alguém que começa a fazer parte de uma família possa, no fim, ser morto para alimentar essa mesma família.
5- O guardador de memórias - Isabel Ferreira
O guardador de Memórias é um livro, cujos contos são baseados no desabafo de algumas mulheres angolanas descontentes “com o seu mundo sentimental e social” e revela uma faceta pouco explorada da realidade nacional. Apresenta-se como uma obra que, por meio da sedução, sequestra o leitor e o transporta para um mundo de lembranças revividas a cada momento nos espaços e esquinas da cidade de Luanda.
Encontra-se personagens que, a partir das memórias do narrador, trazem ao plano das experiências cotidianas a memória da cidade e das pessoas.
Por hoje é tudo, podem encontrar esses livros na UEA e em livrarias em Luanda.
2- Mayombe - Pepetela
Escrito no período em que Pepetela participou da guerra pela libertação de Angola, Mayombe é uma narrativa que mergulha fundo na organização dos combatentes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), trazendo à tona seus questionamentos, contradições, medos e convicções. Os bravos guerrilheiros que lutam no interior da densa floresta tropical confrontam-se não somente com as tropas portuguesas, mas também com as diferenças culturais e sociais que buscam superar em direção a uma Angola unificada e livre.
3- Luuanda - José Luandino Vieira
As estórias de Luuanda dão-nos a conhecer o espaço angolano no período colonial tardio. Retratam o quotidiano dos musseques luandenses; as histórias das famílias, o ambiente caótico, de confusão que a própria arquitectura dos musseques representa. A relação entre os pretos e os brancos, novos e velhos, comportamentos e ideias, vêm marcar o início do establecimento de uma norma angolana, distinta da norma portuguesa, na escrita e representação cultural. Tudo o que é retratado reflete a imagem do dia-a-dia do povo, sendo os mais velhos vistos como os sábios e os mais novos como os que ainda estão a aprender.
4- Quem me dera ser onda - Manuel Rui
Aparentemente, uma história infantil, em que as personagens principais são duas crianças e um animal - um porco - o argumento principal centra-se exatamente nestas figuras - duas crianças e um porco. Delas nasce uma relação que era perfeitamente possível num tempo já esquecido pelos adultos desta sociedade tão alienada pelo sistema colonial - aquele tempo em que homens e animais conviviam em plena harmonia, numa relação extremamente humana. Agora, num tempo e numa sociedade em que os adultos perderam, por força de um sistema alienante, a memória desses tempos, resta às crianças (que serão o futuro daquela nação) restabelecer os laços com esse passado e reatar esse sentimento de fraternidade e harmonia entre os dois mundos: o mundo dos homens e o mundo dos animais. Daí que Quem me dera ser onda nos transporte para uma fortíssima relação dos miúdos como o porco - relação essa em que os adultos não entram. O mundo dos dois é de tal forma unido que chega mesmo a confundir-se, de tal maneira que o animal é visto por eles como mais um membro da família. E sofrem. Sofrem por não entender como é possível que alguém que começa a fazer parte de uma família possa, no fim, ser morto para alimentar essa mesma família.
5- O guardador de memórias - Isabel Ferreira
O guardador de Memórias é um livro, cujos contos são baseados no desabafo de algumas mulheres angolanas descontentes “com o seu mundo sentimental e social” e revela uma faceta pouco explorada da realidade nacional. Apresenta-se como uma obra que, por meio da sedução, sequestra o leitor e o transporta para um mundo de lembranças revividas a cada momento nos espaços e esquinas da cidade de Luanda.
Encontra-se personagens que, a partir das memórias do narrador, trazem ao plano das experiências cotidianas a memória da cidade e das pessoas.
Por hoje é tudo, podem encontrar esses livros na UEA e em livrarias em Luanda.